sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O melhor pedal do ano - com Gabriel

Mencionei a vontade de pedalar no Ibirapuera a noite, e no final do dia, lá estava Gabriel, de tênis, mochila e capa de chuva, preparado para a aventura. "Vamos, mãe, estou pronto." Nós moramos na Vila Beatriz, que fica a uns 10 kms do parque.

O Villa-Lobos, mais próximo, fecha as 19 hs  em pleno horário de verão, e as 18:30 já não é possível entrar.

Fazendo um adendo:  na minha opinião todos os parques deveriam ser iluminados e contarem com segurança suficiente pra que seus usuários pudessem frequentá-los a noite.
Nesses dias lindos que tem feito, e com essas noites frescas, seria ótimo termos mais opções de espaços públicos abertos e seguros pra usufruirmos, certo?

Saimos daqui as 18 hs, levamos uvas, água e bolachas e fomos no ritmo dele.

A questão: ir pela calçada ou pela rua? O correto seria ir pelas ruas, mas como? Então no começo fui pela rua, e ele pela calçada. Ele já sabe da preferencia do pedestre, mas entendo que a bicicleta pra ele funciona ainda como um brinquedo, apesar de estar cumprindo a função de meio de transporte.
Minha preocupação na calçada era sair algum carro de uma garagem sem vê-lo. Também expliquei esse perigo pra ele, e no fim, as vezes acabava indo bem devagar na frente dele, pra protegê-lo.

O interessante é que os pedestres, na maioria das vezes não se importam quando você está na calçada e gentilmente pede passagem ou espera pacientemente por uma brecha pra ultrapassá-lo. Já nas ruas, a bicicleta é vista como uma ameaça por certos motoristas. Muitos ultrapassam os ciclistas bem na frente do farol, que está vermelho. E aí param no farol e fecham o ciclista, só para que ele não consiga ficar na sua frente.

Percurso 1: Vila Beatriz, Pedroso de Morais, Rua dos Pinheiros, Rua Groenlândia. Dá uns 10 km, o equivalente a umas 2 ou 3 voltas no parque Villa-Lobos.

Percurso 2: volta. Av Brasil, Rua Brigadeiro Luis Antônio, Al. Lorena, Pe. Joao Manoel, Al Tiete, parada pra comer sanduiche, Rua Augusta, metrô Consolação. Total: 4km.

Quando eu andava de carro, costumava achar esses deslocamentos sempre longos. Mas 4 km é uma volta no parque. 10 km, 2 voltas e meia. Se a gente realmente for calcular, a distância não é tão grande.

Começando a pedalar pela Praça do por do sol.

Subindo a rua dos Pinheiros ( que também não é tanta subida)

Atravessando a Av. Rebouças.

Mae, isso não pode, a calçada é do pedestre!

Atravessando a Groenlândia, esquina com a Rua Colômbia. "mãe, olha esse trânsito, ainda bem que estamos de bike!"

Comendo o pacote inteiro de bolachas pra repor as energias.

Chegando no parque!

Mae, deixa eu tirar uma foto sua!


Parque do Ibirapuera.

Indo pra lanchoonete,  atravessando a av. 9 de julho.

Exausto, enquanto a comida não chegava.

Esperando a comida! Nossas bikes ali fora.

Santo suco de tangerina.

Matando a fome!

Mae, tira uma foto minha.

Tomando sorvete no Conjunto Nacional.

Descemos a escada do metro com a ajuda de um funcionário na estação Consolação, mas ao pedir uma ajuda ao condutor na estação Vila Madalena,  foi recusada, então subimos pela escada rolante. Gabriel foi guerreiro.


Esperando o metrô.

Orgulhoso por termos conseguido! Chegamos em casa exatamente 12:00.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Pedal do bem

Fomos ao Asilo Associação Casa Madre Teresa do Idoso levar fraldas, alimentos e roupas.
Muito gratificante. Mais do que as doações materiais, o melhor mesmo foi saber que estávamos ali fazendo um bem doando o melhor da nossa energia, do nosso tempo e da nossa companhia!




Isaura

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Lourival

Vera

Benedito




Benedito se apaixonou pela professora de ingles Ellen.



quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A deriva na Florencio de Abreu

Folha de São Paulo, 14 de dezembro de 2011.

"Para paulistano, cidade só piorou. (...) A acessibilidade das ruas para deficientes físicos tem a pior de todas as avaliações: 2,7."



Ontem caminhei pela Florencio de Abreu. Estava procurando uma fita luminosa, mas acabei me perdendo por lá e passei algumas horinhas a deriva.


Rua Florencio de Abreu
Edificio Banespa, sob outro ponto de vista.
Rua Florencio de Abreu


Rua Florencio de Abreu.


Rua Florencio de Abreu
Rua Florencio de Abreu, a cores.

Rua Florencio de Abreu, em números e letras.

Rua Boa Vista.

Os gêmeos pequenos

"Os gêmeos" grande. E colorido.
Os gêmeos de fundo...


E, olhando pra baixo...


Olhando ainda pra baixo...

Quando estava caminhando pela rua Santa Efigênia, numa certa altura andar pela calçada me deixou incomodada. Então, entre os carros, caminhões, carroças, entregadores e motos, lá fui eu, uma pedestre sem calçada.
Estava tudo certo, até eu me deparar com a cena abaixo.


Obviamente um cadeirante não consegue passar naquela calçada cheia de buracos, com uma largura que passam apenas 2 pessoas por vez. E olha que tem muuuuuito mais que duas pessoas por vez ali...


Atravessando a rua Rio Branco, segurei seu filho, de 3 anos, que tentava mudar de lado, para ultrapassar um outro pedestre.


Alertei o menino quanto ao perigo, o pai sorriu e disse: "não se preocupa, ele já está acostumado".
E mais uma vez, ouvi a palavra mágica: "ACOSTUMADO."
Acho que é uma palavra que me incomoda.
Nao dá pra gente se acostumar com o trânsito. 
Não dá pra gente se acostumar com desigualdade social. 
Não dá pra gente se acostumar com a falta de calçadas.


É véspera de Natal. Por dia, ali devem circular milhares de pessoas. Como assim, essas pessoas estão lá consumindo, passeando, ou apenas se locomovendo e não tem direito a uma simples CALÇADA?


Como um ser humano, já desprovido de algum tipo de mobilidade não consegue ter o direito de se locomover? Correndo risco de ser atropelado e simplesmente estar ACOSTUMADO com isso?


"As calçadas estão todas esburacadas. Fazer o que, ne?", ele sorriu de novo.
Fui cúmplice. "Eu sei, também não consigo andar ali". 


E continuei ali, atrás deles, quieta, pensando nessa questão.



domingo, 4 de dezembro de 2011

Pedalando com o filho, e educando um pequeno cidadão.

O dia estava delicioso para pedalar e passear. O Gabriel não queria ir ao parque, combinamos então de ir ao Tomie Ohtake. Há algum tempo não tenho carro e o Gabriel já se acostumou a me ver saindo e chegando de bicicleta. Já entendeu que ela pode ser um ótimo meio de transporte. Então, por que não irmos de bike?


Espero que esse nosso deslocamento tenha servido de exemplo pra outras pessoas e também que a evolução da cidade seja compatível com o crescimento dos nossos filhos, porque sinceramente, andando pela cidade como eu ando, não ficaria tranquila se meu filho resolvesse fazer o mesmo.


Essa semana está pior, por ser dezembro. Percebi que os motoristas estão menos pacientes, principalmente os motoristas de ônibus. Nem vale a pena contar os sustos que tomei. Serviu pra eu ficar ainda mais cautelosa.
Rua tranquila na Vila Madalena. 
Rua fechada para carros no Alto de Pinheiros. 

Pequena parte da ciclovia da Pedroso que funciona.
Provavelmente a maioria dos paulistanos, ao verem essa cena deve ter pensado: que loucura! Obviamente eu não colocaria meu filho em risco. Fomos pelas calçadas ( eu pela rua, ele pela calçada ao meu lado), empurramos na subida e ensinei ele a ficar sempre do meu lado a direita quando íamos pelas ruas mais tranquilas.  Ele me retribuiu com uma frase, ao passar pela Praça do Por do Sol: "mãe, essa vista é irada, vamos parar um pouquinho pra ver? "
Apreciando a vista na Praça do Por do Sol.
Me senti orgulhosa do meu filho me pedir pra apreciar a vista! Ele está aprendendo a curtir a cidade, e usufruir do que ela oferece. Acho que tenho conseguindo ensinar alguma coisa a ele.

Feira da Vila Madalena
Também ensinei a ele que o pedestre tem preferência. E ele seguia tranquilamente na calçada atrás de um sem pedir licença e sem buzinar. Um senhor achou graça quando cruzou com ele numa calçada estreita e esburacada, daquelas que só é possivel passar um por vez, ele parou a bicicleta para dar-lhe passagem.


Usamos a pequena parte de ciclovia que há na Pedroso de Moraes/Faria Lima. Pedalamos pelas praças, entramos na feira da Vila Madalena, fizemos algo que eu fazia na minha infância: comer frutas na feira.





Almoçando
Algumas observações: Passamos por algumas praças: a praça do Por do Sol estava vazia as 11hs da manhã. A praça ao lado de casa também. Tinham apenas 3 crianças brincando lá. A outra tinha um homem com um cachorro solto. E na outra nao havia ninguém.


Notei que a rua fechada no Alto de Pinheiros é vazia. Além da rua ser fechada, as casas tem muros altos e as pessoas só saem de lá em seus carros importados. Tem portão dos dois lados, as crianças poderiam andar de bicicleta ali, mas... onde estão essas crianças? Dentro de casa jogando video game? 
Talvez elas estejam correndo mais riscos do que se estivessem nas praças e nas ruas. Vamos prestar atenção nisso.


sábado, 3 de dezembro de 2011

Seminário sobre cidades cicláveis - Bienal de Arquitetura







Ascobike


Foto tirada do site www.ascobike.org.br


Entre todos os projetos interessantes apresentados no Seminário sobre Vias Cicláveis na Bienal de Arquitetura, um me chamou atenção: o bicicletário de Mauá, o maior de São Paulo e da America Latina, que guarda quase 2.000 bicicletas por dia.

O ex-ferroviário Adilson Alcântara trabalhava como chefe de estação na Companhia de Trens Metropolitanos (CPTM) e todos os dias enfrentava o mesmo problema: grande parte dos trabalhadores usavam a bicicleta para se deslocarem de suas casas até a estação de trem. Como organizar essas bicicletas sem que atrapalhassem pedestres e passageiros? 

A CPTM concordou em ceder o espaço para guardá-las, mas não queria se responsabilizar pelas bicicletas, então com a ajuda dos próprios trabalhadores, Adilson construiu o bicicletário. No princípio algumas bikes ficavam cobertas por lonas, outras permaneciam descobertas. Com o tempo, a CPTM reconheceu sua importância e construiu de fato uma cobertura.

Pagando a mensalidade de R$15,00, hoje os trabalhadores tem a disposição banheiro, serviço de manutenção, empréstimo de bicicletas, além de água e café.


Além de prestar o serviço durante a semana, Adilson ainda promove passeios ciclísticos para conscientizar e educar a população sobre a importância do uso da bicicleta como meio de transporte.

Parabéns pela iniciativa e persistência, Adilson! É de movimentos como esse que nossa cidade precisa.



Foto tirada do site www.ascobike.org.br

Pra saber mais visite a página: